ATA DA SEXAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 14.08.96.

 

Aos quatorze dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pêlos Vereadores Airão Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Letícia Arruda e João Bosco. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópia da Ata da Qüinquagésima Sexta que foi aprovada, juntamente com as Atas da Qüinquagésima Terceira, Qüinquagésima Quarta, Qüinquagésima Quinta Sessões Ordinárias, da Décima Quarta, Décima Quinta Sessões Solenes e da Primeira Sessão Especial. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Edi Morelli, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Dib, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Reginaldo Pujol, 02 Pedidos de Providências. Em continuidade, o Senhor Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Artur Zanella, do dia 12 a lte larando empossado o Suplente João Bosco, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento. Do EXPEDIENTE constaram: Ofício nº 233/96, do Senhor João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Porto-alegrense de Turismo S/A; 366/96, do Senhor Paulo Vidal, Deputado Estadual/RS; s/nº da Deputada Federal Sandra Starling. Telegramas: do Senhor Germano Bonow, Secretário de Estado da Saúde e Meio Ambiente; do Senhor Caio Repiso Riela, Deputado Estadual/RS; do Senhor José Otávio Germano, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado/RS; do Senhor Berfram Rosado, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado/RS; do Senhor Arno Frantz, Deputado Estadual/RS; da Senhora Maria do Carmo Bueno, Deputada Estadual/RS; do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado/RS e da Escultora Cláudia Stern. Em continuidade, foi iniciado o período de PAUTA. Em Discussão Preliminar, 1ª Sessão estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nºs 108, 110 e 117/96; em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 03 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 34/94, os Projetos de Lei do Executivo nºs 37 e 38, este discutido pelo Ver. João Dib, 40, 41 e 42, este último discutido pelo Ver. João Dib; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 12/96 e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 08/96; em 3ª Sessão o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 128/95; o Projeto de Lei do Legislativo nº 75/96, discutido pelo Ver. João Dib; o Projeto de Lei do Legislativo nº 93/96, discutido pelos Vereadores Raul Carrion, João Dib, Guilherme Barbosa e Edi Morelli; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 97, 98, 99, 100, 101, 104 e 105; o Projeto de Lei do Executivo nº 35/96, discutido pelo Ver. João Dib e o Projeto de Resolução nº 19/96; em 5ª Sessão o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/96. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Antônio Hohlfeldt reportou-se aos problemas existentes no transporte coletivo de Porto Alegre, criticando o Executivo Municipal pela demora na solução dos mesmos. O Ver. Raul Carrion discorreu sobre sua viagem a Brasília, salientando os aspectos positivos da audiência que teve com o Diretor de Habitação do Ministério do Planejamento para resolver a questão do Jardim Leopoldina. O Ver. Airto Ferronato dissertou sobre proposta de sua autoria encaminhada ao Ministro dos Transportes, que estende a Avenida Ramiro Barcelos até a Avenida Castelo Branco. O Ver. João Dib reportou-se aos Projetos aprovados nesta Casa, que não serão executados pela Administração Municipal. A seguir, o Senhor Presidente cedeu tempo especial ao Ver. Clóvis Ilgenfritz, na forma do artigo 94, letra f, parágrafo 1º do Regimento, para relatar sua participação no XIX Congresso da União Internacional de Arquitetos, na Espanha. O Ver. Clóvis Ilgenfritz discorreu sobre os temas centrais do Congresso, salientando a importância dos mesmos no processo de transformação e intervenção urbana. Em continuidade, o Senhor Presidente cedeu tempo especial ao Ver. Milton Zuanazzi, nos termos do artigo 94, letra f, parágrafo 1º do Regimento. O Ver. Milton Zuanazzi reportou-se as negociações realizadas em Brasília, entre a Comissão Especial e a Caixa Econômica Federal, no caso do Jardim Leopoldina. A seguir, o Ver. João Dib requereu cópia do discurso do Ver. Milton Zuanazzi, bem como a instalação de urnas eletrônicas nesta Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente informou ao Ver. João Dib que a Mesa tomaria providências no sentido de atender a solicitação de Sua Excelência. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento foi aprovado requerimento do Ver. José Valdir solicitando a inversão da matéria constante na Ordem do Dia, votando-se primeiramente os requerimentos. Em continuidade foram aprovados os seguintes Requerimentos: nº 137/96, de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando seja destinado o dia 1º de outubro do corrente ano para uma Sessão Especial para receber a Escola de 1º Grau Rainha do Brasil, em comemoração ao se quadragésimo aniversário; nº 138/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, solicitando Moção de Apoio a Obra Social Imaculado Coração de Maria – OSICOM, em razão dos relevantes serviços que vem prestando à comunidade; nº 139/96, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando seja o período de Comunicações do dia 11 de setembro do corrente ano destinada a homenagear a passagem do 50º aniversário do programa “Hora Israelita”; nº 140/96, de autoria do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando Moção de Repúdio ao Senhor Arnaldo Jabor por declarações feitas em relação ao Senhor Leonel Brizola. Em Discussão Geral e Votação, após ser discutido pelo Ver. Reginaldo Pujol, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 21/96. A seguir, após ser encaminhado a votação pêlos Vereadores Clênia Maranhão, Maria do Rosário, Reginaldo Pujol, João Dib e Nereu D’Ávila, foi aprovado, o Projeto de Lei do Legislativo nº 122/95, por vinte e um Votos SIM e um Voto NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Letícia Arruda, João Bosco e Não o Ver. Reginaldo Pujol, com Declaração de Voto. Em continuidade foram votadas em bloco e aprovadas as Emendas nºs 01 e 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 122/95. Às dezesseis horas e sete minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos para realização de reunião conjunta das Comissões, sendo retomados às dezesseis horas e doze minutos. A seguir, o Senhor Presidente comunicou ao Plenário que a votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 11/94, ficou prejudicada tendo em vista a inexistência de “quorum” para a realização de reunião conjunta das Comissões. Em continuidade, após ser encaminhado pelo Ver. João Dib, e em votação nominal solicitada pelo mesmo Vereador, foi rejeitado Requerimento do Senhor Prefeito Municipal, solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Executivo nº 67/95, por vinte votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, votando Não os Vereadores Airto Ferronato, Clóvis Ilgenfritz, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Milton Zuanazzi, Paulo Brum, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Letícia Arruda, João Bosco e optando pela Abstenção o Ver. Isaac Ainhorn. A seguir, o Senhor Presidente informou ao Plenário que a votação do Projeto de Lei do Executivo nº 67/95 ficou prejudicada tendo em vista a inexistência de “quorum” para a realização de reunião conjunta das Comissões. A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. José Valdir, solicitando o adiamento da discussão, pôr uma Sessão, do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/96. Em Discussão Geral e Votação, após ser encaminhado pelo Ver. Clóvis Ilgenfritz, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 08/95, bem como as Emendas nº 01 e 02 a ele apostas. em prosseguimento, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 03/96, após ser discutido pêlos Vereadores Reginaldo Pujol e João Dib, deixou de ser votado por inexistência de “quorum”. Às dezesseis horas e quarenta e dois minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Edi Morelli, Dilamar Machado, Luiz Braz e Antonio Hohlfeldt e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e Mário Fraga, este último como secretário “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

ERRATA

 

 

ATA DA SEXAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA – 14.08.1996.

 

- Após o registro do material encaminhado à Mesa, onde se lê “ (...) Em continuidade, o Senhor Presidente apregoou Licença para Tratamento de Saúde do Ver. Artur Zanella, do dia 12 a lte larando empossado o Suplente João Bosco (...)”, leia-se “ (...) Em continuidade, o Senhor Presidente apregoou Requerimento de Licença para Tratamento de Saúde, de autoria do Ver. Artur Zanella, para o período de doze e quinze de agosto do corrente, declarando empossado na vereança o Suplente João Bosco (...)”.

 

- No início da ORDEM DO DIA, onde se lê “(...) Em prosseguimento foi aprovado requerimento do Ver. José Valdir solicitando a inversão da matéria constante da Ordem do Dia, votando-se primeiramente os requerimentos (...)”, leia-se “(...) Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal do Ver. José Valdir, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia, votando-se primeiramente os Requerimentos, após ser encaminhado à votação pelo Ver. João Dib (...)”.

 

- Durante a ORDEM DO DIA, quando dos registros referentes ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 03/96, onde se lê “(...) após ser discutido pêlos Vereadores Reginaldo Pujol e João Dib (...)”, leia-se “(...) após ser discutido pelo Ver. Reginaldo Pujol (...)”.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Artur Zanella, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de 12 a 15 do corrente.

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Artur Zanella e empossado o Suplente, conforme consta da Ata).

A seguir, passamos á

 

PAUTA – DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1921/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Rua Adolfo Anele um logradouro público, localizado no Loteamento Vila Safira.

 

PROC. 1987/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 110/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que denomina Rua Ricardo Domingues um logradouro irregular, localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 2016/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que denomina Rua Luiz Antonio Machado Fioravante um logradouro público, localizado no Loteamento Vila Safira.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2422/94 – SUBSTITUTIVO Nº 03 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 034/94, ambos de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que cria o Conselho Municipal de Cultura, com base na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e nas Leis Complementares nºs 267, de 16/01/92, e 293, de 28/04/93; oficializa a Conferência Municipal de Cultura, e dá outras providências.

 

PROC. 1903/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/96, que cria funções regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencentes ao Quadro Celetista em Extinção no DMAE (Agente de Serviços Externos).

 

PROC. 1782/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/96, de autoria do Ver. Luiz Negrinho, que altera o inciso IV e a alínea “e” do inciso V, do Artigo 12, da Lei Complementar nº 373, de 25 de janeiro de 1996, que dispõe sobre o serviço funerário no âmbito do Município de Porto Alegre.

 

PROC. 1862/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/96, que cria funções regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencentes ao Quadro Celetista em Extinção, no Departamento Municipal de Limpeza Urbana, e dá outras providências (Motorista).

 

PROC. 1883/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/96, que declara de utilidade pública a Associação Escoteira Isaac Bauler.

 

PROC. 1949/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/96, que autoriza a permuta do imóvel de Dinah Nichele, sito na Av. Campos Velho, 1086, pelo próprio municipal sito na Rua Silveiro, 290.

 

PROC. 1993/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 042/96, que declara de utilidade pública o Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil na Nova Ordem – Centro de Estudos Porto Alegre.

 

PROC. 1941/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 008/96, que dispõe sobre a alteração e criação de Unidades Territoriais de Planejamento na Área Urbana de Ocupação Intensiva.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2342/95 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 128/95, de autoria do Ver. Luiz Braz, que altera a Lei nº 4791, de 17 de outubro de 1980, alterada pela Lei nº 6719, de 20 de novembro de 1990, que denomina Esplanada Vaticano um logradouro público.

 

PROC. 1517/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 075/96, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que dispõe sobre a obrigatoriedade de uso de bancos estofados nos ônibus que realizam o transporte coletivo de passageiros, e dá outras providências.

 

PROC. 1632/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que proíbe a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de abastecimento de combustíveis, e dá outras providências.

 

PROC. 1678/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua José Zuffo Neto um logradouro irregular, localizado no Bairro Agronomia.

 

PROC. 1684/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 098/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que institui o estacionamento temporário e rotativo de táxis defronte às casas noturnas e de espetáculos, e dá outras providências.

 

PROC. 1698/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Catuípe um logradouro irregular, localizado na Vila Panorama, no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 1783/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/96, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que declara de utilidade pública o Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde.

 

PROC. 1791/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/96, que declara de utilidade pública o Instituto de Desenvolvimento Cultural (IDC).

 

PROC. 1697/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que denomina Praça João Roxo um logradouro público, localizado no Bairro Jardim São Pedro.

 

PROC. 1724/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/96, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que dispõe sobre a notificação compulsória de casos de desnutrição às autoridades da área de saúde pública.

 

PROC. 1754/96 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/96, de autoria do Ver. Edi Morelli, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Luiz Antônio Cecchini.

 

PROC. 1827/96 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/96, de autoria do Ver. Clóvis Ilgenfritz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Moacyr Moojen Marques.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. 1612/96 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 003/96, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (Substituição do Prefeito durante seu impedimento).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Traz-me para esta discussão de Pauta, o objetivo de expor um Projeto de Lei de nossa autoria, de nº 1632/96, que proíbe a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de abastecimento de combustível.

A que se deve este Projeto? Temos observado, ainda que incipientemente, a instalação, em diversos postos de combustíveis desta capital, de bombas de auto-serviço, onde o próprio usuário e motorista se obriga a fazer o abastecimento dos veículos. Evidentemente o objetivo dessas bombas de auto-serviço é aumentar ainda mais o lucro dos comerciantes de combustível. Só que esse aumento maior do lucro, - insignificante por sinal, porque a mão-de-obra pesa muito pouco neste serviço -, acarreta graves riscos para o usuário que se auto-abastece e para a própria população dos arredores do posto de gasolina. Por quê? Porque o posto de gasolina é um depósito de inflamáveis com grave risco de incêndio ou de explosão em determinadas circunstâncias. Tanto é assim, que um funcionário que trabalhe em um posto de gasolina, recebe a título de periculosidade pelo seu trabalho um percentual de trinta por cento sobre o salário. Periculosidade que só é devida em poucos casos no regime trabalhista: em casos de risco de explosão, de incêndio e assim por diante.

Mais do que isto, estes produtos manuseados nos postos de gasolina, - seja o diesel, o álcool ou a gasolina -, são produtos tóxicos, nocivos, cancerígenos que podem trazer danos à saúde do usuário, mesmo não ocorrendo o incêndio ou a explosão.

Então, impõe-se que esta Casa legisle no sentido de impedir futuras tragédias, pois é muito fácil “depois da porta arrombada, colocar tranca de ferro”. Vimos há pouco em Osasco, São Paulo, fruto da irresponsabilidade, uma explosão em um grande centro comercial, que causou mortes, ferimentos e problemas a centenas de pessoas. Temos visto explosões de depósitos irregulares, por exemplo, de fogos de artifício.

O nosso Projeto proíbe essa instalação. Entendemos que este Projeto está perfeitamente dentro das atribuições desta Casa. Vou recordar a Lei Orgânica, art. 9, inciso XI, que afirma: “Compete ao Município, no exercício de sua autonomia ordenar as atividades urbanas, fixando as condições – portanto, se deve ser auto-serviço, ou com funcionários especializados, com roupas apropriadas, etc. – para o atendimento ao público de estabelecimentos bancários, industriais, comerciais – que é o caso da bomba de abastecimento de combustíveis – observadas as normas federais e estaduais pertinentes”.

Não existe na Constituição nenhuma atribuição exclusiva da União nesse campo, e inclusive a Constituição, no seu artigo 30, “da competência do Município”, também diz nos incisos I e II: “Compete ao Município legislar sobre assuntos de interesse local” e “Suplementar a legislação federal e estadual no que couber”.

Portanto, pedimos atenção dos nossos pares quanto a este Projeto que entendemos do interesse da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Até parece que estamos em pleno período eleitoral. A Prefeitura de Porto Alegre continua usando de todas as formas a máquina publicitária. Hoje os editais da Secretaria Municipal de Transportes são acompanhados de uma publicidade, dizendo das obras de melhoria urbana para Porto Alegre. Vai dizendo que a Secretaria Municipal de Transportes projetou várias obras que vão resultar em melhor qualidade urbana da Cidade, abrangendo revestimento asfáltico, canteiros, rótulos e recuos de meio-fio. Com essas obras Porto Alegre terá mais segurança e fluidez em suas vias. Também a circulação de transporte coletivo ficará melhor trazendo mais segurança nas travessias de pedestres. Além disso, deverão aumentar a capacidade de cruzamento de trechos de vias com problemas de congestionamentos para redução do tempo de viagem.

Eu gostaria de ser Prefeito e fazer um edital desses no período pré-eleitoral para saber o que aconteceria. Mas por que estou falando de uma matéria que não está em pauta? É para dizer que a Prefeitura de Porto Alegre, sendo impedida de fazer publicidade, aproveita tudo que pode. Na Pauta do dia de hoje temos três Projetos que declaram de utilidade pública a Associação Escoteiro Isaac Bauler, o Movimento Gnóstico Cristão Universal do Brasil e da Nova Ordem Centro de Estudos de Porto Alegre e o Instituto de Desenvolvimento Cultural. Isso aconteceu também em 1992. Às vésperas da eleição começaram a surgir neste plenário muitos projetos de Declaração de Utilidade Pública. É claro que a entidade declarada de utilidade pública se sente obrigada com o Executivo porque parece que o Executivo fez algo de excepcional. É bom entender que a Câmara Municipal também pode encaminhar projetos fazendo a Declaração de Utilidade Pública.

O Ver. Pedro Ruas, inteligente, competente, propõe um Projeto de Lei que torna obrigatório o uso de bancos estofados nos ônibus que realizam o transporte coletivo de passageiros e dá outras providências. Isso já é Lei Municipal, só não é cumprida porque a Câmara não fiscaliza e não exige. Há muitos ônibus sem bancos estofados e parece que a Secretaria Municipal dos Transportes se omite perante a lei que diz claramente que os bancos devem ser estofados e macios.

O Ver. Raul Carrion quer proibir a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de abastecimento. Não vejo razão para que isso ocorra, mas se alguma coisa deve ser feita deveria ser a limitação do número de postos de gasolina que estão aí brigando seriamente entre si causando dificuldades na circulação e que no passado poderiam ser instalados a cada 1.500m. Na alteração do Plano Diretor e no Código de Obras, se levou a apenas 500m; agora, se faz um ao lado do outro. Considero que essa preocupação deveria ser maior do que tentar proibir aquilo que o progresso mostra que é possível, que é interessante e que beneficia o consumidor.

Então, parece-me que a pré-eleição faz com que muitos Projetos de Lei sejam apresentados. Hoje, a Pauta deve ter mais de trinta Projetos de Lei para serem apreciados antes do fim do ano; para que as pessoas possam dizer: “Propus um Projeto de Lei tornando de utilidade pública a entidade “A”, “B”, “C” ou “D”, e vai chegar ao “X”, “Y”, “Z”, porque o Executivo precisa e faz tudo o que pode para captar simpatias, até quando entram na Justiça, lá em São Paulo, contra o Paulo Maluf por ele gastar 13 milhões e meio de reais em publicidade, enquanto a Prefeitura de Porto Alegre gastou mais de quatro milhões no primeiro semestre. E continuam fazendo publicidade como a que está no Jornal do Comércio, no “Correio do Povo”, na “Zero Hora” e até no Diário Oficial. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de pedir especialmente a atenção do companheiro Adaucto, que faz a ponte entre esta Casa e o Executivo. Quero me referir, mais uma vez, aos problemas do Jardim do Salso, já que a Vereadora do bairro não consegue resolver as questões de lá. Tanto assim, que não moro lá e sou eu que tenho que resolver. Quero trazer um problema que, para variar, é de transporte.

Os companheiros do PT devem lembrar que, no final do ano passado, a linha da CARRIS que tinha o terminal na PUC foi dali retirada. Levamos seis meses em discussões excelentes, diga-se de passagem, com a SMT e com a CARRIS e recolocamos a linha no lugar, contando com a participação, inclusive, da PUC. Ao mesmo tempo, a Associação dos Moradores, cujo Secretário-Geral – Sr. Tavares – está aqui mais uma vez, alcançaram, com a SMT, que a ESTORIL ampliasse uma linha e fosse até o interior do bairro, fazendo o terminal onde a CARRIS já tem igualmente um terminal. Não resolveram, Ver. Lauro Hagemann. Aí que está o absurdo. Faz três meses que Secretário Tavares e o Presidente Krieger correm de um lado para o outro com a seguinte situação: no mesmo dia em que a SMT aprovou o novo terminal da ESTORIL, exatamente no momento em que a SMT estava dando a autorização, a SMOV estava derrubando a casinha do terminal.

De lá para cá, tudo o que a Associação conseguiu foi que a ESTORIL custeasse uma nova casinha para o terminal, que, aliás, está uma beleza de capricho, de cuidado, com banheiro, mas, de lá para cá, a SMAM não deixa o DMAE ligar 50m de água, do cano até a casinha, e teimam os senhores cuidadosos do meio ambiente e da SMAM, um Senhor chamado Paulino que é quem discursa e uma Senhora chamada Marlova que é quem atende, depois de 10, 15 minutos de espera, a um Vereador, porque não atende a Associação, e dizem o seguinte: “Nós queremos que os dois terminais fiquem juntos usando uma casinha só, que é para ajudar a praça”. A praça que é uma quadra inteira. Eu dizia, à Dona Marlova, o seguinte: “Gozado! Vocês vão salvar a praça e vão condenar os moradores de frente do duplo terminal a agüentar 8 ônibus com motor ligado, espirrando óleo diesel na cara de todo mundo. Eu não entendo o que é meio ambiente”. Eu pensei que meio ambiente era para as pessoas. Pelo jeito, meio ambiente é para as cabras que freqüentam a praça, porque para tirar as cabras que comem o capim da praça, a SMAM não atua, mas para proibir, sim.

Estou dando os nomes para ficar o roteiro para o Adaucto. A Jacqueline, da SMT, ontem estava à espera do retorno do processo da SMAM para a SMT para conversar com o Secretário Bertotto para defender os duplos terminais. Só que o processo nunca vai voltar à SMT porque quem pediu a consulta foi o DMAE, enquanto isso, a Associação está feito idiota. Dr. Krieger, Sr. Tavares vão na SMT, dizem: “Não, é na SMAM”. Vão na SMAM: “Não, queremos firmar um acordo com a ESTORIL”. Vão na ESTORIL: “Não, depende da liberação do DMAE”. Isso, faz exatamente 3 meses. Quando fui Secretário do Prefeito Olívio Dutra, e o Ver. Clóvis Ilgenfritz vai lembrar disso, o Prefeito Olívio reunia todos os Secretários e dizia que a Prefeitura é uma só e que se deve formar uma equipe; é o Poder Executivo Municipal. Eu cito, Ver. João Dib, o Prefeito Olívio, porque eu trabalhei com ele. O Vice-Prefeito Tarso Genro, adorava fazer “GTS” – Grupos de Trabalho -, para tudo, até para mudar o banheiro de lugar ele fazia GT. Pois, o agora Prefeito Tarso Genro, parece que esqueceu a lição: a SMAM não fala direito com a SMT, que não consulta direito o DMAE, que não fala com as empresas de ônibus e muito menos com a SMOV. E quem “paga o pato”? Os moradores, por exemplo, do Jardim do Salso, porque essas situações se repetem, segundo Jaqueline me dizia, e quem “paga o pato” são os motoristas e cobradores da ESTORIL. Eu quero deixar aqui o registro e quem sabe lá o Sr. Adaucto consiga aquilo que até agora os moradores não conseguiram: juntar SMOV, SMAM, SMT, DMAE e moradores, aquilo que nós fizemos aqui, Ver. Lauro Hagemann, é que resolvemos em duas horas a questão dos moradores do Jardim do Salso naquela linha da CARRIS.

Eu lamento ter que fazer este discurso, porque penso que as coisas do poder público deveriam ser mais fáceis, mas fica o registro. Lamento, aliás, para variar, a ausência da Vereadora do bairro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo Vereador inscrito em Pauta é o Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje ficamos sabendo de uma nova modalidade de Vereador, Ver. Edi Morelli: existe o Vereador do bairro. Eu pensei que todos nós fôssemos Vereadores da Cidade; se ninguém resolveu, todos nós, os 33, temos responsabilidade com isso. Mas eu venho à tribuna discutir o Projeto do Ver. Raul Carrion, que pretende proibir o uso, a existência das bombas ou do serviço em que o usuário, ele próprio, desce de seu veículo, vai até a bomba de combustível e abastece o seu veículo. Inicialmente, ao tomar contato com o Projeto, achei que o Projeto poderia estar diminuindo, querendo evitar a existência de um serviço, uma disponibilidade boa para o usuário, inclusive porque nestes postos o preço do combustível é um pouco menor do que nos outros locais. No entanto, ao ler a Exposição de Motivos do Ver. Raul Carrion, tendo, neste momento, a concordar com S. Exª. Os combustíveis, seja álcool, gasolina ou óleo diesel, não são um produto qualquer, precisam de muito cuidado na manipulação, tanto porque podem colocar em risco o veículo, o posto de gasolina e a vizinhança, quanto implicam questões de saúde daquele que os manipula. E sabemos nós que são todos produtos com significativa toxidade. É claro, e isso está colocado na primeira análise do setor jurídico da Casa, que há implicações de ordem legal na hierarquia federal, mas temos que nos debruçar, de fato, sobre este Projeto.

Nem tudo aquilo que parece bom para a população de fato o é. Lembro aqui que o governo federal, de uma forma inexplicável, na Medida Provisória que criou o real, embutiu um contrabando, que foi a venda de alguns remédios nos supermercados, o que também parecia ser uma coisa excelente para a população, fácil acesso, preço mais baixo, mas houve uma reação muito forte, inclusive manifestei-me algumas vezes desta tribuna, porque o remédio é uma droga, e uma droga mal-utilizada vira um veneno. Felizmente, pela pressão havida, o governo federal recuou naquela decisão de permitir a venda de remédios em supermercados.

Penso que este Projeto do Ver. Raul Carrion deve ser analisado com carinho, sim. Já há outros Projetos, inclusive um aprovado por esta Casa com o meu voto e acho que da grande maioria, que obrigou ao uso do cinto de segurança na nossa Cidade, e sabíamos que tinha implicações com a legislação federal. Este Projeto também tem este caráter e, embora tenha implicações com a legislação federal, com certeza traz benefícios à população de Porto Alegre.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador). Em primeiro lugar, agradeço o apoio do nobre Vereador, um Vereador conhecedor do tema, que com isso fortalece o nosso Projeto. Só gostaria de referir o art. 238, que a Auditoria levanta. Ele, simplesmente, diz o seguinte: “A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis”. A lei; não diz a lei federal. Já consultei constitucionalistas que dizem que não se restringe à lei federal. Além disso, como eu li na Lei Orgânica, “cabe ao Município legislar sobre as condições e o horário de comércio na cidade”. Portanto, nesta questão, a própria Auditoria falhou, porque não há uma restrição de que a lei deva ser federal e não existe, hoje, legislação federal sobre o assunto. Agradeço o aparte.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: fica registrado o questionamento jurídico, é uma discussão aberta. E eu pensava, também, todo o frentista não pode fumar. Isso é óbvio!

Para encerrar, quero dizer que todo o usuário que desce do carro para abastecer o seu veículo, ele deve ser fiscalizado neste aspecto. E muita gente não vai lembrar disso e, ao mesmo tempo em que estiver com a bomba de combustível na mão, abastecendo o seu veículo, estará fumando com a outra, colocando em risco a sua vida e toda a redondeza do posto de combustível. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Edi Morelli está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Segurança em postos de gasolina. A Lei 7.227, que foi sancionada pelo Prefeito Tarso Genro, em 13 de janeiro de 1993, diz que todo posto de gasolina, quando está sendo reabastecido, fica interditado para o atendimento ao público. Justamente para dar segurança.

Esta Lei não é cumprida, Ver. Raul Carrion. Esta é uma das tantas leis que não são cumpridas. E são inúmeras as leis que não são cumpridas. Esta Lei 7.227, que é justamente para dar segurança à população, o Partido dos Trabalhadores ignora. Agora, o Projeto de Lei de V. Exª., que quer acabar com as bombas de auto-serviço na Exposição de Motivos diz: “o risco assumido ao permitir o auto-abastecimento é muito alto, pois o público consumidor não está sequer vestido de forma apropriada para tal operação”. O que é o “vestido”? É um macacão da TEXACO, da SHELL ou da IPIRANGA? Essa é a vestimenta que usam os bombeiros em postos de gasolina. O auto-serviço é feito em toda a Europa, em todo o país de Primeiro Mundo. Não tenho conhecimento de que tenha acontecido algum desastre, alguma catástrofe. Quando chamam o Brasil de Terceiro, Quarto, Quinto Mundo, parece que o seu Projeto quer que continue de Terceiro, Quarto, Quinto Mundo, porque não dá vazão ao progresso. Se V. Exª. colocasse na Exposição de Motivos que o serviço de auto-bomba tiraria o emprego de um frentista, eu até concordaria. Mas quando diz que o consumidor não está sequer vestido de forma apropriada para tal operação, aí não dá para entender.

“É conveniente lembrar, ainda, que um posto de abastecimento, sem o atendimento de pessoal qualificado e treinado é uma bomba de tempo, pois os tanques de combustível subterrâneos ou aéreos podem explodir com extrema facilidade, comprometendo não só o local, mas os arredores, num raio de ação considerável”. Concordo plenamente com V. Exª. quanto a isso. Por isso apresentei esse Projeto. Esse Projeto é de minha autoria. Esse Projeto que foi transformado em lei e a Prefeitura não faz cumprir. Essa lei é, realmente, para dar segurança, para a qual a Prefeitura não dá a mínima importância. Há tantas e tantas leis que não são cumpridas. A lei que obriga os motéis a distribuírem gratuitamente preservativos também não é cumprida. Vão perguntar por que. Se eu vou a motéis? Eu vou, com a minha esposa. Meu filho vai a motel e tem que pagar preservativo. E posso enumerar vários motéis. Vou, porque sempre fui e após a lei vou para conferir. Não vou com a esposa de ninguém, vou com a minha esposa. Agora, se V. Exas. não têm capacidade de encarar a realidade de que possa ir num motel, o problema é de V. Exas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): O próximo Vereador inscrito é o Ver. José Valdir, que desiste. O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu gostaria de agradecer ao Ver. José Valdir, que abriu mão de sua inscrição na Pauta para permitir que esse importante debate transcorra. Eu gostaria de dizer ao Ver. Edi Morelli que sou inteiramente solidário com a Lei nº 7227, de sua iniciativa ...

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): É para saber se o Vereador pode utilizar duas vezes o tempo de Pauta no mesmo dia.

 

O SR. PRESIDENTE: Informa-me a assessoria que não pode. Ver. Raul Carrion, se V. Exª. quiser ocupar a tribuna ocupe o tempo de Liderança a que V. Exª. tem direito.

 

O SR. RAUL CARRION: Eu ocuparei o tempo de Liderança após o pronunciamento do Ver. José Valdir.

 

O SR. PRESIDENTE: Ele já desistiu. V. Exa. tem 5 minutos.

 

O SR. RAUL CARRION: Rapidamente, porque eu pretendo, no tempo de Liderança, tratar de outro assunto: Eu queria dizer que a lei de V. Exa. é justa, e se não está sendo cumprida é um equívoco da administração; vamos lutar para cumpri-la. Ela trata de outra questão, que é o abastecimento do posto de gasolina, não do carro. E para concluir, queria dizer que na Exposição de Motivos é afirmado que além da questão de segurança, causa a eliminação de postos de trabalho. Como V. Exa. dizia que se isso estivesse na Exposição de Motivos apoiaria o nosso Projeto, então, estamos contando com o apoio de V. Exa., a partir da confirmação de que na nossa Exposição de Motivos tratamos esse problema. Quanto às roupas que o bombeiro deve usar, esclarecemos que o bombeiro utiliza uma roupa que não é a vestimenta de uso pessoal, portanto, se sobre ela cai combustível ou outros produtos tóxicos, ele depois a retira e vai para a sua casa com a sua própria roupa. Já o usuário vai servir-se com a própria roupa, com a qual ele seguirá depois trafegando. Essa é a questão, não é a cor do macacão, nem a empresa do seu macacão. Esperamos ter esclarecido o Ver. Edi Morelli.

Mas o que nos traz aqui – e o tempo é limitado, é prestar contas a esse Plenário da nossa ida, nessa segunda-feira, a Brasília, quando três Vereadores: o Ver. Guilherme Barbosa, o Ver. Milton Zuanazzi e este Vereador, foram a Brasília representando essa Casa, para negociar uma solução para o Jardim Leopoldina. Presente, também, a Comissão de Habitação da Assembléia – através do Dep. Vieira da Cunha e da Dep. Jussara Cony -, o Presidente do DEMHAB, Vicente Hauber, a UAMPA e a representação dos moradores.

Nesta viagem nós conseguimos alguns avanços importantes para solucionar o caso do Jardim Leopoldina. Tivemos uma audiência com o Diretor de Habitação do Ministério do Planejamento, Sr. Edson Ortega, que em primeiro lugar reconheceu que os altos preços do Jardim Leopoldina são decorrentes do custo financeiro deste conjunto habitacional; porque há dezesseis anos somam-se juros em cima de juros devido à falência dos antigos proprietários, no caso, a Guerino. Em segundo lugar, ele abriu a perspectiva de reduzirmos os custos dos atuais seguros, que hoje andam na base dos 20% da prestação do imóvel, podendo chegar a uma redução para até 6%; o que seria extremamente significativo. Abriu a possibilidade também de que este financiamento, hoje feito com os fundos da poupança, passe a ser financiado pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o que permitiria uma redução dos juros.

Após, fomos à Caixa Econômico Federal, onde tivemos uma audiência com o Sr. Paulo Fernandes, ex-presidente da Caixa, onde ele concordou com essa hipótese, da passagem do financiamento da poupança para o Fundo de Garantia; o que dependerá de uma decisão do Fundo Curador da Caixa Econômica Federal; mas adiantou o voto favorável da Caixa Econômica a este pleito da nossa Comissão. Em segundo lugar, ele acenou com um recalculo do custo dos apartamentos, revisando os juros desde 1981; ou seja, ao invés dos juros comerciais bastante elevados, 10%, 10,5%, que são os aplicados para a Guerino, reduzir esses juros devido a situação social existente; o que abriu uma perspectiva bastante interessante.

Portanto, nós temos a possibilidade da redução do valor, através do recalculo dos juros, uma redução do seguro significativa e uma redução do juro do financiamento, daqui para adiante, em função da passagem da poupança para o Fundo de Garantia.

Para concluir, eu queria dizer que o ex-presidente da Caixa Econômica Federal reconheceu que nesta transação – onde os prédios que eram da Guerino foram repassados para o DEMHAB, que assumiu a dívida da Guerino -, a Guerino levou 10% líquidos e livres de quaisquer despesas. O que nós consideramos um grave equívoco, porque esses 10% de comissão da Guerino acabarão sendo pagos pelos moradores que lá estão. Mas, é uma discussão que nós teremos oportunidade de dar seguimento. Agradeço a atenção de todos. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Senhoras e Senhores. Eu tenho, hoje, um tempo de Grande Expediente, mas acredito que, dada a extensão da Pauta e da Ordem do Dia, dificilmente se chegará a este período do programa do dia de hoje. Estou na tribuna para dizer que há, aproximadamente, quinze dias, eu sugeri, como proposta ao Sr. Ministro dos Transportes, que se fizesse, em Porto Alegre, uma extensão na Avenida Ramiro Barcellos até a Castelo Branco. A minha visão é a de que se prolongássemos a Ramiro Barcellos até a Castelo Branco, estaríamos diminuindo o fluxo de veículos no entorno da Rodoviária. Seria uma obra barata em razão do retorno que isso trará a Porto Alegre. Encaminhei essa proposta ao Sr. Governador do Estado, ao Sr. Prefeito e ao Ministro dos Transportes. Recebi ofício datado de 7 de agosto como resposta do Ministério, dizendo que o Ministério dos Transportes está disposto a ceder a área da Rede Ferroviária Federal para a extensão da rua. Daí porque eu entendo que essa proposta tem um retorno significativo para Porto Alegre: a obtenção da área sem nenhum custo para a Prefeitura.

Estou fazendo esta comunicação porque estou tratando, via assessoria, uma audiência com o Sr. Prefeito Municipal para tratar desse tema que considero importante para a Cidade. Parece-nos que Porto Alegre já ganhou muito dinheiro com essa proposta, na medida em que o Ministério dos Transportes, através da Rede Ferroviária, se dispõe a ceder, gratuitamente, à Prefeitura, aquela área.

Eu estou fazendo outras duas propostas similares. Entendo que o trânsito que se desloca pela Farrapos, Assis Brasil, enfim, para a Zona Norte ficará muito melhor se tivermos uma extensão da Ramiro Barcelos para a São Pedro, outra para a Av. A. J. Renner, indo até a Castelo Branco. Assim, desviaremos o fluxo de veículos que entram na Rodoviária e dos que se dirigem à Farrapos, quando tomam as saídas de Cachoeirinha, Gravataí, Canoas, Serra, Litoral e assim por diante. As obras seriam de custo razoavelmente baixo e trariam benefícios à Cidade de Porto Alegre. Então, como novidade neste tema, gostaria de fazer este registro: há uma possibilidade de nós obtermos, através de convênio com a Prefeitura, a área para extensão dessa Avenida. Teríamos uma série de benefícios para a Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib, em Tempo de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Esta época pré-eleitoral é uma coisa maravilhosa de ser analisada com a tranqüilidade que deve acompanhar todo o homem público e todo o eleitor, pois aparecem os Projetos mais estapafúrdios possíveis.

No dia 25 de julho eu dizia da tribuna que dois anos depois, no dia 25 de julho de 1998 eu teria que dizer ao Sr. Tarso Fernando Herz Genro que ele havia falado contra o que pensava para enganar, portanto havia mentido. É o caso do crematório. O crematório não vai ser feito, não tem viabilidade econômica. E o Prefeito, em nota, diz que no início do próximo ano praticamente já estará funcionando o crematório. então, vou esperar dois anos, sou amigo dele, gosto dele, sei que não fala contra o que pensa para enganar.

Ontem, via um “a pedido” no jornal de bairro, onde a entrevista do Prefeito estava colocada, dizendo que o crematório vai sair.

Gostaria de queimar algumas pessoas no crematório. Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agora o meu amigo Airto João Ferronato também está querendo fazer uma ligação da Ramiro Barcelos com a Castelo Branco. E a Castelo Branco é uma continuidade da “Free Way”. E o meu amigo Ferronato está dizendo que mais outras ruas devam chegar à Castelo Branco.

Acho que por mais que ele deseje, aí não é estapafúrdio, mas é muito difícil que esta obra possa ser realizada dentro das técnicas que examinam e determinam os projetos de circulação viária. Acho inviável mas em época de eleição ... Não é, Ver. Airto Ferronato, o Ministro lhe prometeu, mas não pode fazer.

 

O SR. AIRTO FERRONATO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, respeitando o Ver. João Dib, acredito que ele deva também respeitar as pessoas e o próprio Ministro, que jamais faria uma loucura dessas. Basta fazer uma pista de aceleração.

 

O SR. JOÃO DIB: O nobre Ver. Airto Ferronato não colocou nem ordem na questão muito menos Questão de Ordem, mas de qualquer forma, por mais que o respeite e aprecie, eu quero que o trânsito de Porto Alegre flua melhor, mas não flua apenas com obras de melhoria urbana, ocupando toda a extensão dos jornais locais, fazendo publicidade da grande administração, que aqui está, e que não cuidou da Cidade durante oito anos. Agora vai fazer obras de melhoria urbana, para que o trânsito de Porto Alegre flua melhor. Acho que deveríamos te eleições de seis em seis meses, aí os problemas seriam resolvidos, porque depois de seis meses ele não poderia falar contra o que pensa para enganar, e o eleitor não seria enganado, principalmente pela autoridade máxima do Município, que diz que vai fazer um crematório, assim como faz obras de melhoria urbana para Porto Alegre. É uma tristeza assistir a esse tipo de coisa. Acho que o crematório deveria funcionar para queimar algumas pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clóvis Ilgenfritz esteve em representação da Câmara Municipal de Porto Alegre no XIX Congresso da União Internacional de Arquitetos, na Espanha. Já foram distribuídas aos Srs. Vereadores cópias do Relatório. Mas a Presidência cede à solicitação do Vereador, que invoca o art. 94, letra f, § 1º, tempo especial de, no máximo, 10 minutos, para a manifestação do Vereador.

O Ver. Clóvis Ilgenfritz está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. CLÓVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu estava aguardando, com certa ansiedade, até, o momento para poder fazer um relato aos meus Pares, aos ilustres Vereadores desta Casa que me delegaram condições de ir a Barcelona, na Espanha, nos primeiros dias do mês de julho representando esta Casa, participando de um Congresso Mundial de Arquitetura. Congresso que nós consideramos fundamental pelo temário que foi tratado. Não se pode dizer que foi um congresso de arquitetos, mas sim um congresso sobre uma temática fundamental, hoje, no nosso planeta, que é a questão das cidades. O tema fundamental foi: “Presente e futuro, arquitetura na cidade”. E esse Congresso teve a participação de aproximadamente dez mil inscritos de todo mundo. Foi de grande valia. Aqui evoco as palavras do Ver. Pedro Américo Leal que tem dito da importância de os Vereadores, de os administradores, prefeitos participarem de determinados eventos em nível nacional e internacional.

Eu deixo aos Srs. Vereadores um documento que expressa a nossa visão sobre a importância dos debates que se desenvolveram durante oito dias. Os temas centrais que trataram de mutações, habitações, fluxos e terrenos vazios, esses cinco temas foram tratados durante três dias em painéis sucessivos, repetindo o tema a cada dia. Nós sabemos que as cidades brasileiras assim como as cidades da maior parte do mundo, para não dizer quase todas as cidades, sofrem problemas sérios da mudança que existe na matriz econômica, na matriz de desenvolvimento industrial e com todo um processo de transformação radical e muito rápido dos costumes e usos das cidades, embora também tenhamos que dizer que os problemas que acontecem, e isso ficou bem claro, são mais ou menos os mesmos com relação a esse tipo de transformação rápida que vêm sofrendo. Nos países do terceiro mundo, em especial no nosso País, esses problemas ainda são muito mais agravados porque aqui, além de tudo, existe um problema de segregação econômica muito forte e que cria verdadeiros bolsões de miséria, criando, como foi dito em outra ocasião, as suíças e as biafras coexistindo, dentro de uma mesma cidade. Isso é comum em todas as cidades grandes e, o que é pior, nas pequenas cidades de faltas de saneamento básico, água, luz, esgoto, habitação e assim por diante.

O tema “mutações”, que são as grandes trocas que se produzem no contexto de transformação das cidades atuais, foi coordenado por uma arquiteta brasileira e teve a participação de eminências do processo de transformação e de intervenção urbana de grandes cidades do mundo. Nós trouxemos um livro que está à disposição de todos os Senhores Vereadores. Aqui tem material sobre Shangai, Paris, Berlim, Brasília; são peças importantíssimas que já fiz chegar ao conhecimento do Sr. Prefeito e que mostram o quanto é importante o caminho que estamos seguindo aqui em Porto Alegre de assumir as grandes transformações neste fim de século e de preparar um planejamento estratégico para o século seguinte, ao mesmo tempo em que desponta no mundo a idéia que só através da participação popular, só através da participação das comunidades, que as transformações vão ser viáveis e fecundas, e Porto Alegre estava lá presente, nesse sentido, com a nossa presença e de outras pessoas, da Secretária do Planejamento com uma missão oficial, com 03 arquitetos e outros que foram por sua conta. Eu quero deixar claro que tive desta Casa o auxílio de algumas diárias, paguei a passagem, paguei a inscrição e estou pagando em prestações, porque achava que era importante para todos nós esse evento. Além dos debates centrais, nós tivemos exposições e elas estão citadas no nosso relatório, todas elas de grande alcance e, em especial, uma exposição sobre a temática que é “presente e futuro da cidade” e os cinco temas que compõe, incluindo habitação, fluxos de transporte, sistema viário, etc.

Também foi distribuído durante o encontro um jornal diário sobre o encontro com repercussão em toda Europa, principalmente na Espanha. O encontro foi, inclusive, prestigiado com a presença do Rei Juan Carlos com o Presidente da Catalunha, Jordi Pujol e também do Prefeito de Barcelona, Paschoal Maragall.

Eu queria deixar à disposição dos Colegas Vereadores e para os Assessores da Casa, porque eu acho que quem foi lá não foi o Clóvis, foi a Câmara, e com muito orgulho eu estou trazendo esse relato aqui e dizendo que me senti muito à vontade porque, além de ser Vereador, sou arquiteto urbanista e o temário foi riquíssimo, aconselhável a qualquer um de nós. Inclusive, eu ponho no final do nosso relatório que eu considero muito importante e deixo para reflexão para todos os ilustres Vereadores que a participação dos organismos governamentais, empresariais, parlamentos, como foi o meu caso, além de desejável deveria ser incluído nas agendas de cada um. Esse tipo de experiência, sem dúvida, abre novas perspectivas, recicla a pessoa, principalmente quem tem responsabilidade política institucional, proporcionando um processo de crescimento do conhecimento e sua transferência para o bem público.

Trago aqui também o certificado de participação fornecido pela União Internacional de Arquitetos que foi quem organizou o encontro. Está à disposição, em meu gabinete, farto material que eu trouxe da Espanha, onde pretendo voltar sempre que possível, tendo em vista que aquilo é um grande laboratório de experiências bem sucedidas na área das intervenções urbanas, do planejamento físico espacial e também do desenvolvimento sócio-econômico. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Como bem disse o Ver. Clóvis Ilgenfritz, lá esteve a Câmara Municipal de Porto Alegre representada por ele, Ver. Clóvis Ilgenfritz, como também a Câmara esteve em Brasília representada pelos Vereadores Raul Carrion e Milton Zuanazzi e este solicita o tempo especial, evocando o art. 94, § 1º, letra f. Dez minutos com V. Exa.

 

O SR. MILTON ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estivemos em Brasília, segunda-feira, representando esta Casa, em Comissão Especial; além da minha pessoa, foram o Ver. Guilherme Barbosa e o Ver. Raul Carrion, que não foi por expensas desta Casa e sim por expensas da comunidade do Jardim Leopoldina, já que a Casa tinha algumas limitações na expedição de passagens e a comunidade entendeu que o Ver. Raul Carrion também deveria comparecer, porque tem sido o Relator da nossa Comissão Especial.

Nós estivemos acompanhados da Subcomissão de Habitação da Assembléia, Dep. Vieira da Cunha e Depª Jussara Cony, pelo Diretor-Presidente do DEMHAB, Engenheiro Vicente Rauber, representando o Executivo, do Vice-Presidente da UAMPA, Pedro Dias e de uma delegação que foi de ônibus, do Jardim Leopoldina. Também da Caixa Federal compareceu o Deputado Federal Paulo Paim.

Eu não quero parecer arenoso e estéril fazendo um histórico sobre o Jardim Leopoldina, mas o que nos levou a Brasília? Como se sabe, o Jardim Leopoldina foi construído pela construtora Guerino que, com a quebra do Sulbrasileiro, veio a falir no ano de 1985. Muitos daqueles prédios estavam prontos, com uma parte inacabada. No ano de 1987 foram ocupados e isso é notório e amplamente noticiado. A construtora Guerino levanta a sua falência no ano de 1993. Uns questionam e ninguém sabe como; porém, levanta a sua falência. Vou falar em números redondos: dos mil e quinhentos apartamentos que ela possuía no Jardim Leopoldina, trezentos e sessenta e quatro tinham o “habite-se”. Como tinha o “habite-se”, ela entrou com o pedido de reintegração de posse e, como era a proprietária, ganhou.

A partir daí, esta Casa participou do processo mais efetivamente, quando constituímos uma Comissão Especial para o Jardim Leopoldina. A Guerino, com a reintegração de posse, iniciou um processo de negociação que incluiu idas a Brasília; e a Prefeitura, através do DEMHAB, ingressou no processo. A Guerino aceitava uma saída negociada, desde que a Prefeitura fosse interveniente, passando a ser o agente de negociação a partir de 1994. É feita uma negociação entre a Caixa Federal e o DEMHAB, e a Prefeitura passa a assumir a cobrança das prestações daqueles novos mutuários, ocupantes desde 1987.

Bem, chega-se a um cálculo de 1,2 CUBS o m². Na hora da negociação, o Projeto entra nesta Casa, propondo a autorização ao Executivo de fazer essa interveniência através do DEMHAB a 1,2 o metro quadrado. Nós aprovamos o Projeto por unanimidade: o Projeto entrou em Regime de Urgência e tinha a pressão da comunidade. Passado esse momento, quando a espada sai do pescoço, vai-se para o papel. E chega-se à conclusão de que os preços finais são altos. A comunidade, que ocupou o conjunto residencial em 1987, não tinha condições de pagar. Os preços variam, por exemplo, de cento e quarenta reais, para um JK, sem o aumento que virá em setembro, até um apartamento de 3 quartos na casa de 500 reais. Ora, pode ser que o preço seja justo, mas para aquela comunidade está abaixo da sua realidade. Aí se pergunta se não fizeram a avaliação econômico-financeira daqueles moradores. Sabe-se que, no momento do sufoco, a pessoa, autônoma, diz que recebe dois mil por mês. Ela só queria garantir a sua permanência no apartamento. Essa avaliação geralmente é fria.

Existe uma realidade concreta dentro de uma luta que se iniciou em 1987 por moradia após a falência do Sistema Financeiro de Habitação.

Fomos a Brasília, a Caixa Econômica Federal não aceita mais falar sobre essa questão. Lá descobrimos que 1,2 CUBS é o preço do Bairro Rio Branco, Petrópolis, não o preço do Jardim Leopoldina. Também descobrimos que 1,2 CUBS o metro quadrado, não é preço do imóvel, é o seu preço mais um conjunto de juros de uma empresa que faliu no ano de 1985, isso está sendo repassado aos moradores do Jardim Leopoldina. O contrato Caixa Econômica Federal e Guerino começou em 1981, não em 1994. Esses ocupantes estão pagando o ônus de uma empresa que faliu em 1985.

A primeira vitória da ida a Brasília é que a Caixa aceita a rediscussão dessa taxa de juros, desde que o valor não ultrapasse o valor de um aluguel de imóvel semelhante naquela região. Começamos a ter parâmetros, eles redefinem os juros. Será feito um levantamento das locações na região do Jardim Leopoldina.

Esse juro cobrado é de poupança, porque a negociação, na época, da Caixa com a Guerino, foi a poupança. Entramos com uma proposta de fazer um negociação via FGTS, que é um juro mais barato. O Ministério do Planejamento nos informa que o Conselho Curador do FGTS aceitando assumir essa responsabilidade eles concordam. O próprio assessor que nos recebeu é um Conselheiro, o Dr. Ortega. Sabemos que há representação dos trabalhadores e outros, então há outra possibilidade, nós traremos o juro da poupança para o FGTS. Outra vitória importante.

Outro aspecto importante é que eles reconhecem esse problema das prestações. O ex-ministro Serra, candidato a Prefeito de São Paulo, estava lá num jardim parecido com o Leopoldina, lá em São Paulo, e nós, lemos na “Folha de São Paulo”, onde o Ministro disse: “Mas tem gente pagando setecentos reais. Isso é um absurdo! Eu vou ao Ministério do Planejamento”. Nós entramos no Ministério do Planejamento, e entregamos o jornal, e dissemos: “O Ministro Serra diz que setecentos reais é um absurdo pagar por mês e que viria ao Ministério do Planejamento”. Então, entramos na frente, indo ao Ministério para falar sobre o problema do Jardim Leopoldina. Eles nos explicaram que no plano de equivalência salarial a prestação do autônomo aumenta mês a mês. Isso é um absurdo, porque o autônomo no Brasil não é uma pessoa que ganhe bem; se ele ganhasse bem, isso se explicava, mas não, ele é um sobrevivente. Eles estão estudando esse caso para trazer para o aumento do salário mínimo que faz com que as prestações não disparem no tempo. Elas terão esse aumento anual. Não houve vitória até agora, abriram-se portas, janelas, etc. A Comissão acabou cumprindo um papel importante, e nós estamos, inclusive, em nível de Brasil, reiniciando um processo de discussão muito grande.

O que é um absurdo e que não entendíamos aqui, é o chamado seguro. Cobram vinte por cento de seguro nas prestações do Jardim Leopoldina. Eu não entendia, porque sou mutuário, pagando três por cento de seguro. Aí, a Caixa nos explicou que tudo aquilo que nós, os mutuários, de 1991 para trás não pagávamos, ou pagávamos muito pouco, os mutuários de 1991 para cá pagam tudo. Então, para recuperar as perdas do passado, foram colocadas para os novos mutuários, o que é um equívoco, porque estamos empurrando a conta para quem não deve pagar. Esse caso está sendo levado ao Congresso para a reformulação dessa taxa, o que deverá também baixar o preço da prestação. Acho que a nossa missão nesse aspecto, por enquanto, foi bem cumprida. Penso que vamos conseguir sair com uma solução, se não a ideal, pelo menos uma boa solução no episódio do Jardim Leopoldina. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Primeiro, fiz uma solicitação ao Tribunal de Contas do Estado para que analise essa compra desastrosa do Jardim Leopoldina. Peço que a Mesa, autorizada pelo Ver. Milton Zuanazzi, passe-me uma cópia do seu discurso, assinada, porque quero encaminhá-la ao Tribunal de Contas do Estado.

Segundo, gostaria que a Mesa da Câmara providenciasse, à semelhança do que está ocorrendo na Assembléia Legislativa, para que fossem colocadas uma, duas, três urnas, aqui, porque temos muito mais freqüência, e muito mais interesse no aprendizado da utilização desse equipamento que vai ser colocado no dia 03 de outubro. Inclusive, os arredores utilizam o nosso restaurante, e o número de pessoas que vêm aqui é maior do que na Assembléia. Sou grato.

 

O SR. PRESIDENTE: Sem dúvida, muito oportunos os Requerimentos de V. Exa., e a Mesa tomará as devidas providências.

Havendo “quorum”, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro uma inversão na Ordem do Dia, que seja votado em primeiro lugar o PLE 21/96, folha 21; em segundo lugar, o PLL nº 122/95, folha 17; em terceiro lugar, o PLCL nº 011/94, folha 10; em quarto lugar, o PLE 067/95, folha 18.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA (Requerimento): Sr. Presidente, existe um Requerimento que foi discutido na Sessão anterior e que tem a assinatura dos Vereadores, portanto, é só por formalidade a aprovação, que é o Requerimento de repúdio ao Sr. Arnaldo Jabor e solidariedade ao ex-governador Leonel Brizola. Não vai haver discussão. Por essa razão, eu solicito que os Requerimentos, que são dois, sejam votados em primeiro lugar, antes da matéria da Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE: São quatro os Requerimentos. Nós perguntamos ao Ver. José Valdir se aceita que os Requerimentos sejam votados em primeiro lugar.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sim.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. José Valdir. (Pausa). Com a palavra o Ver. João Dib, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Não é exatamente contra a idéia do Ver. José Valdir, porque penso que da forma como V. Exa., Sr. Presidente, colocou em votação, não há o que ser votado. Não há uma inversão na Ordem do Dia. Há um alteração na seqüência dos Projetos na Ordem do Dia. E como nós precisamos fazer as coisas matematicamente, é bom que se faça a correção. E aí, eu voto favoravelmente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não vai discutir com V. Exa., mas a inversão não deixa de ser uma alteração, no entendimento deste Vereador.

Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO o Requerimento.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: O meu Requerimento tinha uma alteração também. Eu colocava o Requerimento antes dessa votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Foi aprovado pelo autor do Requerimento Ver. José Valdir.

 

(Obs.: Foram lidos e aprovados os Requerimentos constantes da Ata).

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1195/96 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/96, que cria funções gratificadas no Quadro de Funções Gratificadas Específicas do Magistério Público Municipal e cria funções gratificadas no Quadro de Funções Gratificadas da Administração Centralizada, e dá outras providências. (Diretores e Vice-Diretores).

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do Art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE 021/96. Está com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é natural que neste período da vida legislativa se busque celeridade na discussão e votação dos Projetos que está na Casa. Não obstante, em se tratando de uma matéria dessa relevância, entendi que a votação deveria ser precedida de um pequeno debate até para que fique claro se sabemos que estamos votando a criação de funções gratificadas: de diretores de escola, em número de dois; de diretor do Centro Municipal de Educação de Trabalhadores de Porto Alegre, em número de um; de vice-diretor de escola de primeiro grau, em número de dois; e de vice-diretor do Centro Municipal de Educação de Trabalhadores de Porto Alegre, em número de um. Essa proposta vem encaminhada de uma Exploração de Motivos que explica que: (Lê). “O Município de Porto Alegre, por meio dos Decretos de 25 de agosto de 95 e de 23 de janeiro de 96, criou duas escolas regulares de 1º Grau completo: a Escola Municipal de 1º Grau Neuza Goulart Brizola e a Escola Municipal de 1º Grau Morro da Cruz. Objetivando a administração e o gerenciamento das referidas escolas e do Centro, necessita que sejam criadas as Funções Gratificadas para a Diretoria, vice-Diretoria e Secretaria das mesmas”.

Parece, Sr. Presidente, que, se reclamamos uma maior atuação do Município na área da educação, não há nenhuma razão que determine que obstássemos o adequado gerenciamento das duas unidades escolares que foram criadas pelo Município, até assinalando que gostaríamos de, oportunamente, votar outras tantas solicitações, na medida em que sustentamos que há necessidade de o Município alargar a sua participação no ensino fundamental da Capital, de acordo com aquilo que é pretensão desta Casa e consenso da sociedade: a prioridade da saúde e da educação nas atividades do Município.

Assim, esclarecido que sabemos perfeitamente bem que estamos votando a criação de cargos que se fizeram necessários em face desse pequeno alargamento da participação do Município na área do ensino fundamental na Cidade de Porto Alegre, antecipadamente registramos nosso voto favorável e almejamos que, em tantas outras situações como esta, tenhamos que nos manifestar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa). Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE nº 21/96 permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO pela unanimidade dos Srs. Vereadores presentes.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2317/95 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 122/95, de autoria da Vera. Clênia Maranhão, que inclui dentre os pontos turísticos de Porto Alegre os locais destinados, em caráter permanente, à exposição e comercialização de artesanato, e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Negrinho: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Wilton Araújo: pela aprovação das Emendas nºs 01 e 02;

- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clóvis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CECE. Relator Ver. Dilamar Machado: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.

 

O SR. PRESIDENTE (Edi Morelli): Em discussão. Não havendo quem queira discutir, passamos à votação. (Pausa). Encaminha, como autora, a Vera. Clênia Maranhão.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, porto-alegrenses presentes nesta Sessão. Estou encaminhando o Projeto para compreensão dos Srs. Vereadores. É um Projeto que se destina a incluir, nos pontos turísticos de Porto Alegre, locais destinados, em caráter permanente, à exposição e comercialização de artesanato e dá outras providências. A justificativa do nosso Projeto se dá tendo em vista que a Cidade de Porto Alegre goza do privilégio de dispor de vários locais em que os artesãos têm oportunidade de expor e comercializar suas obras, tanto as de caráter utilitário como decorativa e de altíssima qualidade.

Entretanto, a divulgação e o acesso a essa importante manifestação da cultura gaúcha está muito restrito ao acesso da população porto-alegrense, o que faz necessário a apresentação do Projeto, no sentido de incluir, entre os pontos turísticos de Porto Alegre, os locais destinados, em caráter permanente, à exposição e venda do artesanato, obrigando, inclusive, a indicação de todo o material de divulgação nos roteiros turísticos da nossa Capital. Esperamos com isso facilitar o acesso à venda dos produtos artesanais, inclusive aos turistas que chegam à nossa Cidade.

Neste momento em que se discute Porto Alegre, a sua importância dentro da articulação do MERCOSUL, quando se fala da necessidade de que os municípios tenham, dentro da sua proposta de política pública, uma proposta de desenvolvimento, evidentemente, a venda, a divulgação das atividades artesanais significam também uma atração para o turista que chega à nossa Cidade, trazendo maior arrecadação e a possibilidade do desenvolvimento dessa atividade produtiva de tanta importância para os artesãos e de tanta expressão para a categorização da Cidade de Porto Alegre. Pretendemos, também, com esse Projeto, levar o Executivo a facilitar o acesso aos pontos turísticos previstos nessa lei, mediante a delimitação de áreas de estacionamento de veículos automotores para que, sempre que possível, compatibilizando com a questão do tráfego no local, possa garantir o acesso dos turistas aos locais de venda dos artesanatos porto-alegrenses e do Estado. Temos acompanhado muito essa necessidade expressa através dos artesãos e das suas entidades. Para ilustrar, cito o exemplo da Casa do Artesão, um prédio com mais de 600m², que hoje tem mais de 12.000 peças expostas na Júlio de Castilhos, e que tem, ainda, uma divulgação abaixo da sua capacidade, da sua expressão cultural e que, também, hoje, vive um problema de dificuldade do acesso do trânsito, do tráfego, aos compradores, aos possíveis compradores daquele artesanato.

Ontem tivemos uma audiência com o Secretário dos Transportes, que, inclusive, se comprometeu com a representação dos artesãos que lá estava, em colocar essa questão para a equipe que hoje rediscute a organização do trânsito de Porto Alegre. Eu queria lembrar que o turista que chega à nossa cidade, ele tem acesso às informações de compras em “shoppings” e grandes lojas, que têm capacidade financeira de fazer grande divulgação e dar acesso de seus produtos aos possíveis compradores. A atividade artesanal, infelizmente, ainda é pouco produtiva, tendo em vista que ainda não se desenvolveu, na nossa sociedade, uma valorização do produto artesanal como em outros países em que esses produtos são vendidos, inclusive, a preços muito mais caros do que os produtos industrializados.

Esperamos que, com a aprovação deste Projeto, a Câmara Municipal venha a resgatar uma dívida que está sendo construída ao longo dos anos pela sociedade gaúcha em relação aos produtores artesanais. Muito obrigada.

(Não revisto pelo oradora).

 

O SR. PRESIDENTE: A verª. Maria do Rosário está com a palavra, para encaminhar pela Bancada do PT.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. É certo que, para nós todos, é importante aprovarmos o Projeto apresentado pela Vera. Clênia Maranhão, especialmente para nós da Bancada do PT, que entendemos que o artesanato na nossa Cidade significa não somente a comercialização, não somente uma atividade econômica importante que está se desenvolvendo, ligada especialmente à enocomia informal num tempo muito difícil em que vivemos, e que precisa ter como realizar a sua comercialização, mas significa, de modo muito especial, o apoio à cultura de nossa Cidade. É a produção que a nossa gente realiza, mostrando a arte e a cultura do nosso Estado. Somos favoráveis porque o Projeto da Verª. Clênia Maranhão, quando inclui dentre os pontos turísticos de Porto Alegre, os locais destinados à exposição e comercialização de artesanato, aponta, do ponto de vista prático, o reconhecimento de uma série de locais não somente para aqueles que visitam Porto Alegre – e Porto Alegre é a terceira capital mais visitada do Brasil; existe turismo em Porto Alegre, especialmente de pessoas que passam por aqui realizando negócios, realizando o chamado turismo de negócios, ficam alguns dias, devem ter acesso -, mas também para a própria população de Porto Alegre. O cidadão da nossa Cidade precisa conhecer o que nós temos de bom. E, cada vez mais, as feiras de artesanato, as feiras que apresentam a produção local, a produção cultural que aqui desenvolvemos, acontecem de uma forma descentralizada, de uma forma muito especial nesses últimos meses. Isso nós vemos, e a própria SMIC, através de programas específicos, tem tratado a questão de comercialização do artesanato, atuando nos bairros da Cidade, para que junto às feiras-modelo, inclusive, aconteçam feiras de artesanato colocando a produção local – que acontece não somente num nível central e articulado na Cidade, na Casa do Artesão, no Brique da Redenção em outros momentos, mas de forma descentralizada nos bairros da Cidade -, por senhoras, senhores, cidadãos da nossa Cidade que produzem artesanato de excelente qualidade. Isso deve ser valorizado. A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da SMIC, tem trabalhado nesta valorização, através de uma série de Projetos, garantindo e ampliando o acesso do cidadão ao que é produzido através de arte, cultura e artesanato na nossa Cidade de Porto Alegre. Aqui o Projeto da Vera. Clênia Maranhão soma-se a esse esforço que nós já estamos realizando.

Portanto, certamente, terá a aprovação desta Casa e, de um modo muito especial, a Emenda que prevê espaços onde o artesanato está colocado para a comercialização ou exposto também, para que nós tenhamos uma análise daquele local no sentido de que, a partir das condições de trafegabilidade, tenhamos destinado espaços para um acesso facilitado para a cidadania.

Acho que nós estamos de parabéns, especialmente, os produtores de artesanato em Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pelo oradora).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. A inclusão dentre os pontos turísticos de Porto Alegre, de locais destinados em caráter permanente à exposição e comercialização do artesanato é uma proposta que a Vera. Clênia Maranhão traz à Casa e busca colocá-la na lei, tornando, evidentemente, obrigatória essa inclusão desses locais destinados, em caráter permanente, à exposição e à comercialização de artesanato. Estou lendo e relendo o Projeto, Vereadora, porque em princípio, inclusive, ofereci restrições à Comissão de Justiça. Não que eu entendesse que ele fosse ilegal, porque ele está rigorosamente de acordo com as normas regimentais que assegura a sua regular tramitação, mas porque na oportunidade eu não conseguia entender na sua inteireza qual era o objetivo do Projeto. Por isso, eu me resguardava o direito de discuti-lo na oportunidade, que é agora.

Os locais destinados em caráter permanente de exposição e comercialização de artesanato é que eu tenho alguma dificuldade de entender. Eu não sei se existe lei definindo o que é ponto turístico. No meu entendimento, os pontos turísticos se impõem por si mesmo, ninguém determina na lei. Ninguém diz, por exemplo, que a Praia do Lami e, obrigatoriamente, ponto turístico. Ela será ou não será ponto turístico, em função de uma série de circunstâncias que ocorrem; a Usina do Gasômetro, da mesma forma e, assim, a Vila Restinga, o Brique da Redenção, assim qualquer ponto da cidade de Porto Alegre será ou não será ponto turístico independente de colocarmos ou não na lei. E, quando ele não for vocacionado para ser ponto turístico, não adianta nós escrevermos na lei que ele vai ser ponto turístico, porque ele não vai ser ponto turístico. Não adianta eu entender que determinado lugar, porque eu gosto, é ponto turístico, porque se o conjunto da sociedade e o conjunto das circunstâncias assim não determinar, ele nunca vai ser ponto turístico. Compreendeu Ver. Pedro Américo Leal?

Eu não sei, primeiro, se existe alguma lei que estabelece que algum lugar é ou não é ponto turístico. Se não existe eu vou incluir em que relação, se não existe essa relação própria? Eu sempre tenho de determinar, por lei, que a área “x” é ponto turístico? Eu não sei quantos lugares em Porto Alegre são pontos de exposição permanente de artesanato. Alguns que eu conheço, independente de colocarmos ou não na lei, são pontos turísticos, o grande exemplo é o Brique da Redenção. Ninguém precisou botar na lei que o Brique da Redenção era ponto de atração turísitica, porque é uma idéia que se impôs à comunidade de Porto Alegre, impôs-se ao contexto e à circunstância do dia-a-dia, do quotidiano de Porto Alegre e é um lugar que é ponto turístico, ponto. Não há nenhuma lei que assim o defina. E, se houver uma lei que defina em contrário, vai ser inconseqüente porque vai continuar sendo ponto turístico.

Eu quero, com a maior sinceridade, dentro daquela forma clara com que eu costumo cumprir o meu mandato nesta Casa, dizer à Vera. Clênia Maranhão que eu vislumbro a melhor das intenções na sua proposição. A Vereadora quer valorizar as feiras de artesanato permanentes. Acho que é bom. Só não sei, Vereadora – e estou sendo honesto com V. Exa., honesto com a Casa -, se o modo que estamos escolhendo – digo “nós” porque observo que o conjunto da Casa se inclina por acompanhar V. Exa. – é o modo indicado; se votando e aprovando essa Lei nós estaremos, efetivamente, transformando lugares de exposição permanente de artesanato em pontos de atração turística. Os pontos de atração turística ocorrem, não em função de determinação legal, mas devido a outras circunstâncias. Votando, ou não votando essa Lei, aprovando, ou não aprovando essa Lei, o “status quo” não será alterado.

Por outro lado, a retirada do artigo 4º, que penaliza a rede hoteleira por não fazer panfletos de propaganda que incluam pontos turísticos, nos dá tranqüilidade. Mesmo entendendo que é inócuo o Projeto de Lei, vou votar a favor em homenagem a autora do Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Comissão de Finanças, eu fui o Relator desse Projeto de Lei e, na síntese do meu parecer, eu dizia: “Sob a ótica das competências desta Comissão, nenhum óbice ao Projeto e às Emendas. Pela aprovação do Projeto e das Emendas 01 e 02”. Mas isso era na ótica da Comissão de Finanças. Como Vereador, sou obrigado – e lastimo, porque vou apoiar o Projeto e votar favoravelmente – a deixar bem claro que penso que a Câmara não tem competência para legislar sobre o art. 2º da Lei. A Lei pode determinar “sobre o material de divulgação dos pontos ou roteiros turísticos da Cidade, editados sob a coordenação ou responsabilidade de órgão municipal”. A rede hoteleira ou as agências operadoras de turismo licenciadas no Município nós não temos condições de obrigar. Se eu tenho o meu hotel e quero, com um folheto qualquer, promovê-lo, ninguém vai me obrigar a botar propaganda indicando onde há artesanato. Eu vendo o meu hotel. Se eu tenho a minha agência de viagem e pretendo promover este ou aquele evento, esta ou aquela festividade, ninguém vai me obrigar a colocar no projeto a citação dos locais de artesanato. Penso que a Comissão de Finanças, de acordo com o que tem que analisar, está correta. Pode-se prosseguir, deve ser aprovado o Projeto. Mas como Vereador da Casa sou obrigado a alertar que não temos competência para obrigar a iniciativa privada a tomar as providências que aqui estão determinadas. Mas, vou votar favoravelmente, só quero ressalvar esta parte. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nereu D'Ávila para encaminhar.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Quando Secretário da SMIC procurei implementar na Cidade a ampliação destas feiras-artesanato. Inclusive, inauguramos na Borges de Medeiros a experimentação de uma feira que anos depois não deu certo. Mas, tinha problema sempre de superlotação de pessoas que queriam participar do artesanato do Bric da Redenção, pois ele é dividido em três partes, como sabem. Tinha a circunstância de ter que estar inscrito na Fundação Gaúcha do Trabalho e examinado pela a SMIC.

Então, vejo com bons olhos a abertura desse mercado de trabalho, porque não é possível que aquelas pessoas que manualmente, habilmente, com arte e com cultura, como disse a Vera. Maria do Rosário, façam esse trabalho e não tenham oportunidade de expandir a sua comercialização.

Então, acho que é uma oportunidade ímpar. Aliás, lembro que no Chile, em Viña del Mar, Santiago, foi a última viagem que fiz no ano passado, me lembro que numa vista que se tem lá, quando se vai para um “belvedere”, se passa numa feira de artesanato que é muito conveniente neste ponto turístico.

A idéia é boa, deve ser estimulada. Voto favorável, a nossa Bancada também.

Ainda ontem visitando alguém na Rua Pereira Neto, a moça me mostrava trabalhos muito bonitos feitos por ela, que não tinha onde colocar, gente pobre que precisa também dessa oportunidade.

Concordo com o Ver. João Dib que a lei vete este artigo, porque não temos competência de obrigar a iniciativa privada. Concordo com V. Exa., mas se a Comissão de Justiça deixou passar não serei eu nem V. Exa. que vamos criar problemas, mas tenho impressão de que será vetada essa parte. Estou falando no mérito do Projeto, que é bom, e nós devemos aprová-lo com louvou. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. A votação será nominal. Em votação. (Após a chamada). APROVADO, por 21 votos SIM, 01 voto NÃO, o PLL nº 122/95.

Em votação as Emendas nºs 01 e 02 ao PLL nº 122/95, que têm pareceres favoráveis de todas as Comissões. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADAS.

O Ver. Reginaldo Pujol encaminha à Mesa a seguinte DECLARAÇÃO DE VOTO: “Assegurada a aprovação, votei em contrário eis que não pude destacar o art. 4º, com o qual discordo por ser inconstitucional e ilegal”.

Antes de passarmos ao PLCL nº 11/94, vamos suspender os trabalhos para realização de uma reunião conjunta das Comissões para dar Parecer às Emendas nºs 07 e 08 apostas ao referido projeto.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h07min).

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h12min): Estão reabertos os trabalhos.

Comunicamos ao Plenário que fica prejudicada a votação do PLCL nº 11/94, tendo em vista não haver tido quórum para a realização da reunião.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2401/95 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 067/95, que altera a redação dos incisos III e V do artigo 6º da Lei nº 7532, de 25 de outubro de 1994, que autoriza o Executivo Municipal a conceder Vales-alimentação. Com Emendas nºs 02 e 03, e Mensagem Retificativa.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Negrinho: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clóvis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto.

 

Parecer Conjunto

- às Emendas nºs 02 e 03 e à Mensagem Retificativa. Relator-Geral Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, III, da LOM;

- Emendas nºs 01 e 04 retiradas;

- adiada a discussão por cinco Sessões;

- discutiram a matéria os Vereadores Raul Carrion, Maria do Rosário, Edi Morelli e Airto Ferronato;

- em votação o Of. nº 272/96, do Prefeito Municipal de Porto Alegre, solicitando a retirada de tramitação do presente PLE (encaminhada pelos Vereadores A. Hohlfeldt, M. do Rosário, R. Pujol, D. Machado e R. Carrion, em 24.06.96).

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento do Sr. Prefeito Municipal, solicitando a retirada de tramitação do PLE nº 67/95.

 

O SR JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu depreendo da informação que V. Exa. dá, que não será discutido o Requerimento de retirada, do Prefeito.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exª. não aguardou, eu estava tentando colocar a abertura de inscrições para encaminhamentos do Requerimento do Sr. Prefeito.

 

O SR. JOÃO DIB: Mas V. Exa. citou que vários Vereadores já encaminharam a retirada.

 

O SR. PRESIDENTE: Já encaminharam a retirada desse Requerimento do Sr. Prefeito os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Maria do Rosário, Reginaldo Pujol, Dilamar Machado e Raul Carrion por suas respectivas Bancadas. Eu não posso colocar em votação, em devo abrir inscrições para encaminhamentos de Bancadas que não encaminharam.

Em votação. O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, evidentemente, quando foi encaminhada a retirada, eu acho que até era válido, retirada ou não, mas no momento em que o Prefeito, depois de pedir a retirada, encaminha uma Mensagem Retificativa, não há mais o que votar, não pode ser retirada. A Mensagem Retificativa dá validade ao Projeto de Lei e anula a retirada, não tem sentido. Uma mensagem anula a outra, eu sou pela não retirada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Sr. Prefeito. O Ver. João Dib solicita votação nominal. (Após a chamada). REJEITADO por 20 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO.

Informamos ao Plenário que a votação referente ao PLE nº 67/95 está prejudicada por falta de Parecer às Emendas e à Mensagem Retificativa eis que não houve “quorum” para reunião das Comissões.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0603/96 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 001/96, de autoria do Ver. José Valdir, que altera o § 2º do Artigo 50, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre (participação da comunidade nas etapas de elaboração do orçamento da Câmara Municipal de Porto Alegre). Com Emenda nº 01.

 

Observações:

- discussão geral e votação nos termos do Artigo 130 e seus §§, do Regimento da CMPA;

- nos termos do Artigo 54, § 1º, do Regimento da CMPA, será desconsiderado o Parecer da Comissão Especial, tendo em vista o resultado de sua votação (empate).

 

O SR. PRESIDENTE: Requerimento de autoria do Ver. José Valdir, solicitando seja adiada a discussão do PELO nº 01/96 por uma Sessão.

Em votação. (Pausa). Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1230/95 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/95, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que altera a redação dos artigos 22 e 23 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e dá outras providências. (Código de Edificações). Com Emendas nºs 01 e 02.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CEFOR. Relator Ver. João Verle: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clóvis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto e das Emendas nº 01 e 02;

- da CEDECONDH. Relatora Vera. Maria do Rosário: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02;

- da COSMAM. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 e 02.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 008/95.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Requeiro o adiamento do presente Processo em virtude da ausência do seu autor, Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): O Ver. Antonio Hohlfeldt, antes de se retirar, solicitou que gostaria que esse Projeto fosse votado na Sessão da hoje.

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Clóvis Ilgenfritz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é importante a preocupação do Ver. Antonio Hohlfeldt com relação ao problema dos tapumes em obras. De fato, pelo Código atual, toma um espaço muito grande do passeio público, principalmente em passeios onde a calçada já é estreita. Ele fez um Projeto, mas entendemos que diminuiu, exageradamente, a distância que deveria ser feita de recuo dos tapumes. Nós participamos de várias reuniões com ele e com a Assessoria da SMOV, chegando à conclusão de que duas Emendas de nossa autoria poderiam objetivar o Projeto, mas com uma dimensão intermediária entre a que está prevista no Código de Obras e a que ele estava prevendo. Nós colocamos numa posição intermediária que, seguramente, será benéfico para os transeuntes, sem prejudicar as construções. Apoiamos o Projeto nesse sentido. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra. Desiste.

Em votação o PLCL nº 08/95. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADO.

Em votação as Emendas nºs 01 e 02. Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa). APROVADAS.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 0575/96 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 003/96, de autoria do Ver. Darci Campani, que acrescenta alínea “d” ao inciso II do art. 12 da Lei Complementar nº 234/90, que institui em Porto Alegre o Código Municipal de Limpeza Urbana.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Clóvis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – Art. 82, § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 03/96.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Darci Campani, com autoridade de ex-Diretor do DMLU, pretende a alteração da Alínea D do inciso II do art. 12 da Lei Complementar Nº 234/90 que institui, em Porto Alegre, o Código Municipal de Limpeza Urbana. O artigo, em referência, passa a ter a seguinte redação: “Os imóveis de habitação multifamiliar, e os comerciais deverão utilizar sacos de 100 litros de forma a acondicionar, coletivamente, as embalagens individuais; multa de uma a duas UFMs”. Originariamente, não existia no Código Municipal de Limpeza Urbana essa imposição. Vi tramitar esse Projeto de Lei e confesso que me chamou a atenção, quando diz, no art. 12, que o acondicionamento e apresentação de lixo ordinário domiciliar, a coleta regular deverá ser feita levando em consideração as determinações que seguem. 1. “O volume dos sacos plásticos ou recipientes não devem ser superiores a 100 litros, ou inferiores a 20 litros. Multa de um a 100 UFMs. 2. O acondicionamento do lixo ordinário domiciliar será feito da forma seguinte: na zona de coleta noturna, os materiais cortantes, os sacos plásticos, etc.”. Isso aqui é a introdução de uma obrigação a mais. Certamente, olhado num primeiro momento, se considerarmos as generalidades, as entidades comerciais, aparentemente, na sua grande maioria, produzem lixos que devem ser acondicionados de forma adequada, e um saco de 100 litros como é assim identificado, seria ajustado, mas temos inúmeras atividades comerciais e a lei aqui é genérica na colocação, que pela sua circunstância e natureza, às vezes, produzem muito pouco lixo e que a exigência pura e simples de tudo que é estabelecimento comercial ser obrigado a ter esse saco de 100 litros, em muitos casos, o impedimento desse Vereador, que não é nenhum especialista em lixo urbano, mas que é um homem que anda pela Cidade, é uma demasia! Estabelecimento comercial à luz do Código Comercial Brasileiro, é todo lugar onde se pratica ato de comércio e tem atos de comércio que produzem resíduos de lixo até inferiores àqueles que algumas residências possam produzir, pelo seu porte e número de moradores.

 

O Sr. João Dib: V. Exª. concede um aparte? (Assentimento do orador). V. Exa. lê aqui que os sacos deverão ser acondicionados coletivamente e as embalagens individuais, esses de 100 litros, então a redação me parece correta. Mas aqui, na aplicação do art. 12, onde na letra b diz: materiais cortantes e pontiagudos deverão ser devidamente embalados a fim de evitar lesão aos garis, multa de 0,5 a 1 URM. Então me parece que fica difícil de estabelecer de quem era o objeto cortante que não foi devidamente embalado, devendo esse Projeto ser reanalisado no texto.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib inscreve-se e cede o seu tempo ao Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Exa. Veja V. Exa. que o próprio Ver. João Dib, quando examinou esse Projeto na Comissão de Economia e Finanças, dizia o seguinte: pretende o autor que as habitações multifamiliares e os imóveis de uso comercial acondicionem obrigatoriamente as embalagens individuais de lixos em sacos plásticos de 100 litros. Muito embora não vá constituir uma lei para a qual se posse esperar eficiente fiscalização, não há, segundo esta Comissão, óbice ao Projeto.

Sr. Presidente, eu observo que o Ver. Antonio Hohlfeldt e o Ver. Artur Zanella, aqui na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, já ofereciam restrições ao Projeto. Vejam, os Senhores, o seguinte: a definição muito sumária das duas situações, residência multifamiliar e estabelecimento comercial nos levam a ter uma generalização exacerbada e exagerada. Nós temos, no conceito de residência multifamiliar, até mesmo aqueles locais que têm duas residências, duas unidades familiares, já é uma residência multifamiliar. E nós temos, em Porto Alegre, dezenas, centenas de situações dessa ordem. De outro lado, o conceito de estabelecimento comercial é o mais amplo e elástico que se possa imaginar. Um escritório é um estabelecimento comercial. Um escritório não produz vários sacos de lixo diário que têm que ser colocados dentro de uma embalagem de 100 litros. Então, generaliza, também, neste particular e cria dificuldades.

 

O Sr. Clóvis Ilgenfritz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador). Nós estamos acompanhando o raciocínio de V. Exa. e queremos crer que deveria haver uma alternativa, porque a idéia, no nosso entender, é muito boa, uma vez que também existe lixo generalizado, soltos, em pequenas sacolas, criando problemas difíceis para o recolhimento e para os transeuntes, inclusive sujando a cidade. Eu concordo com V. Exa. que uma Emenda feita por V. Exa. ou pelo próprio autor, nosso Companheiro Campani, poderia corrigir este processo. Eu sugiro isso, embora eu veja, aqui, no Plenário, a possibilidade de que não haja “quorum” para que possamos votar este Projeto. Mas isso é um outro aspecto.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço o aparte de V. Exa. e observo que eu procurei, durante a discussão, para que não ocorresse a situação que ocorreu com o Projeto da Vera. Clênia Maranhão, que eu pensei que iria discutir e estava encaminhando a matéria, e não podia pedir destaque, vir aqui no momento oportuno. Acho que a intenção do Ver. Darci Campani, que é um homem muito correto, um excelente colega, é boa, é correta, é honesta e conseqüente. A redação leva a distorções, a exageros. Ver. Clóvis Ilgenfritz, V. Exa. me parece que, no particular, sintetizou a posição de sua Bancada e da Bancada do ilustre autor. Uma breve modificação definindo qual o estabelecimento comercial colocado nessa situação e qual a unidade multifamiliar a que vai ser exigida, até porque isso traz algum ônus. Temos unidades multifamiliares que não têm sequer condomínio organizado porque a lei estabelece que o condomínio só se organiza a partir de um determinado número de residências familiares. Ressalvadas essas particularidades, e me parece que há a concordância tácita de que essas particularidades possam ser ressalvadas e objeto de um reexame que se daria até mesmo através de uma Emenda de redação, não terei dificuldades de acompanhar o Projeto de Lei. Mas, colocado nesses termos, não posso deixar de fazer o alertamento que estou fazendo, porque colocado exatamente nos termos em que está posta a redação originária há, indiscutivelmente, exageros na colocação, e nós cometeremos algumas demasias que acredito que não sejam do interesse do autor, e que esta Casa tem sensibilidade suficiente para evitar. Não votando hoje o Projeto, podemos fazer essas pequenas correções. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Há 13 Vereadores presentes no Plenário. Não há quórum. Está encerrada a Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h42min).

 

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